Secretário de Saúde de Selvíria é acusado pela PF em envolvimento de golpe de milhões no SUS

Investigação da Polícia Federal apontou que grupo acusado de fraudes no SUS em Mato Grosso do Sul desviou milhões desde 2022. O secretário de Saúde de Selvíria (exonerado), Edgar Barbosa dos Santos, está implicado no esquema.

Conforme apurado pela reportagem, a PF ainda está levantando o valor exato que o grupo desviou com cirurgias falsas pagas pelo SUS. No entanto, as cifras ultrapassam milhões.

Agentes da PF cumpriram, na terça-feira (12), 13 mandados de busca e apreensão, no contexto da Operação Rastro Cirúrgico.

A operação visa reprimir crimes de peculato, desvio de recursos públicos e fraude em licitações envolvendo verbas do SUS. A investigação iniciou-se com a notícia de irregularidades no CEM (Centro de Especialidades Médicas) de Selvíria.

Vale lembrar que Edgar estava no cargo desde a gestão do ex-prefeito José Fernando Barbosa dos Santos (Avante).

Cirurgias falsas pagas pelo SUS

Materiais apreendidos pela PF. (Divulgação)

A Polícia Federal identificou indícios de inexecução contratual, assim como superfaturamento na Ata de Registro de Preço e nos respectivos contratos administrativos e ausência de comprovação de realização de procedimentos cirúrgicos pagos pela prefeitura.

Identificou, igualmente, a existência de múltiplos contratos administrativos, alguns deles sem publicação nos sites de transparência, contendo objetos idênticos, vigência simultânea e mesmas partes contratantes.

Desse modo, ocorria a multiplicidade de pagamentos por um mesmo procedimento cirúrgico e serviço médico contratado. A PF também verificou que uma das clínicas médicas contratadas não existia de fato.

As penas pelos crimes podem chegar a 33 anos. Durante a ação, carros e motos de luxo, armas e pedras preciosas acabaram apreendidos.

 

Busca e apreensão em três municípios

Selvíria está situada no leste de Mato Grosso do Sul (Foto: Prefeitura de Selvíria)

Todas as medidas passaram pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, após representação conjunta, formulada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

A competência do Tribunal Regional Federal da 3ª Região se deu em razão da existência de indiciado com foro por prerrogativa de função neste tribunal.

Dos 13 mandados de busca e apreensão, seis foram cumpridos em Selvíria, 3 em Aparecida do Taboado e 4 no município de São José do Rio Preto (SP).

Rastro cirúrgico

O nome da operação faz alusão à ausência de vestígios/rastro que os procedimentos cirúrgicos contratados deveriam deixar, como seus prontuários médicos e utilização de ‘sala suja’ hospitalar. Entretanto, no caso, não deixaram, diante da reiterada inexecução contratual atestada por auditorias e inspeções técnicas.

Ao final das investigações, os envolvidos podem responder pelos crimes de peculato, apropriação e desvio, fraude em procedimento licitatório, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas somadas podem variar de 10 a 33 anos de reclusão.

 

 

 

 

 

mdx

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