Um dos maiores arquitetos e urbanistas do mundo, o chinês Kongjian Yu morreu na noite desta terça-feira (23), após a aeronave de pequeno porte em que ele estava cair no Pantanal de Mato Grosso do Sul, na região de Aquidauana. A informação foi confirmada ao Estadão pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR).
Segundo o CAU, Kongjian Yu esteve no dia 18 de setembro na abertura da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada na Oca, no Parque Ibirapuera, na zona sul da capital paulista.
Na sequência, ele viajou para fazer gravações sobre seu trabalho com um grupo de cineastas. Ele voltava de Campo Grande quando ocorreu o acidente. O arquiteto estava no Brasil desde o início de setembro, quando participou de uma conferência internacional.
As causas do acidente ainda estão sendo sendo apuradas. Na aeronave também estavam, além do piloto, dois cineastas e documentaristas brasileiros.
O arquiteto Kongjian Yu era um dos nomes mais respeitados da arquitetura paisagística mundial. Professor na Universidade de Pequim e fundador da premiada Turenscape, seu trabalho revolucionou o urbanismo sustentável com projetos como o conceito de “Cidades-Esponja”, voltado à integração ecológica nas metrópoles.
No dia 31 de agosto desse ano, Kongjian Yu participou de uma reportagem no programa Fantástico, na qual apresentou seu conceito de cidades-esponja como a solução para as enchentes. O arquiteto transformou o trauma de quase ter se afogado na infância em um conceito que hoje inspira mais de 250 cidades.
Na reportagem, Yu defendeu que água não é inimiga e propôs projetos que devolviam espaço aos rios para combater desastres climáticos.
Quem são as vítimas:
Marcelo Pereira de Barros (piloto e proprietário da aeronave);
Kongjian Yu;
Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz;
Rubens Crispim Jr.
O ACIDENTE
No final da tarde de ontem (23), um avião que levava uma equipe de documentaristas à região da fazenda Barra Mansa, localizada a cerca de 100 quilômetros da área urbana de Aquidauana e onde foram filmadas as duas versões da novela Pantanal, caiu no final da tarde desta terça-feira (23), explodiu e os quatro ocupantes morreram.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, os corpos ficaram carbonizados devido à explosão. A tragédia ocorreu próximo da pista de pouso e a suspeita inicial é de que o piloto, Marcelo Pereira de Barros, que também seria proprietário do avião, tenha tentado arremeter instantes antes do pouso, mas a aeronave perdeu potência e acabou caindo.
Ainda na noite de terça-feira (23), a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), confirmou as identidades das vítimas e informou que equipes da corporação, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, realizavam a retirada dos corpos faziam a perícia no local.
A Fazenda Barra Mansa, região onde aconteceu a tragédia, foi fundada em 1940 pela família Rondon, é uma das mais tradicionais do Pantanal. Ela está localizada em uma das áreas de maior biodiversidade da região, e ganhou destaque por ter sido escolhida para as filmagens da novela Pantanal tanto na versão original de 1990, como para o remake da Rede Globo.
Ela está localizada no município de Aquidauana, cidade a a cerca de 130 km de Campo Grande. A sua área é considerada privilegiada por estar próxima ao encontro do Rio Negro com a Vazante do Castelo, conhecida como a região mais rica e preservada de todo o Pantanal.
CE/Estadão