O ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) surpreendeu ao conversar com a senadora Tereza Cristina (PP) para fechar uma filiação ao Partido Progressista (PP). Após perder a eleição para o Governo do Estado, tendo Tereza como uma das principais barreiras para vitória, o ex-deputado tenta virar “afilhado da senadora”, mas começa a criar problema.
Contar chegou a conversar com Tereza em Brasília, onde oficializaria a filiação ao lado de lideranças nacionais do partido, mas ele queria mais. O ex-deputado deseja concorrer ao Senado, vaga onde já há uma fila grande no PP e no próprio grupo composto por PP, PL e Eduardo Riedel (PSDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).
Antes de oficializar a filiação, Contar pediu garantia de candidatura ao Senado, mas não recebeu e preferiu esperar. O PP tem pelo menos três filiados na frente de Contar nesta vaga de senador. O presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro, secretário de Infraestrutura de Campo Grande, Marcelo Migliloli, e o deputado federal Luiz Ovando já demonstraram interesse em concorrer.
Contar empolgou lideranças do PP, com esperança de elegerem até três deputados federais, tendo ele e Rose Modesto (União) como puxadores de votos. Porém, também causou problema para outros candidatos, não tão otimistas.
O próprio deputado federal Luiz Ovando pode ser prejudicado com a candidatura a deputado federal. Ovando é o único deputado federal do partido e pode enfrentar dificuldade na coligação com dois candidatos considerados populares: Contar e Rose.
Pessoas próximas ao deputado cobram fidelidade de lideranças, alegando que ele foi “extremamente” parceiro na campanha do partido para Prefeitura de Campo Grande. Na ocasião, chegou a se lançar como candidato a vice de Adriane Lopes (PP). Só não conquistou a vaga porque não deixou um programa de televisão que apresenta no tempo mínimo permitido pela legislação eleitoral.
Dificuldade
Contar é filiado ao PRTB, mas o partido corre o risco de desaparecer na cláusula de barreira, que determina mínimo de deputados federais eleitos no País para distribuição de tempo na propaganda e dinheiro. No PP, teria apoio de Tereza, considerada hoje a maior líder da direita no Estado. Ele também recebeu sinal verde do Republicanos para a filiação, mas também não deu retorno.
Contar foi convidado para se filiar ao PL, mas nunca deu resposta. Ele chegou a procurar Jair Bolsonaro neste ano para tentar pedir apoio para candidatura ao Senado, mas o ex-presidente pediu para que ele procurasse lideranças do partido no Estado. Bolsonaro articula com Reinaldo Azambuja e também indicou a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, como pré-candidata ao Senado.
Por enquanto, o combinado é de que as candidaturas do grupo do PP, PL e PSDB ao Senado passará por uma discussão com a participação de Tereza, Riedel, Reinaldo e Bolsonaro, que pode mais uma vez dizer não ao também capitão.
ims